Titulo do livro em EN: Do the Work
Titulo do livro em PT: (não encontrado)
Nome do Autor: Steven Pressfield
Link para livro: https://www.goodreads.com/book/show/10645233-do-the-work?
A minha pontuação: 3/5
Data da publicação: 1 de janeiro de 2011
Tempo de leitura: 13 minutos
Resistência
Qualquer ato que rejeita gratificação imediata a favor de crescimento, saúde e integridade a longo prazo – OU – qualquer ato que derivar da nossa natureza superior, em vez da inferior. Qualquer um destes atos incita à resistência.
Resistência é uma força que repela. É negativa. O seu objetivo é afastar-nos, distrair-nos, impedir-nos de fazer o nosso trabalho.
A resistência vai apontar-nos infalivelmente para o verdadeiro Norte – o que significa impedir-nos de fazer aquilo que menos quer que façamos. Podemos usar isto. Usar isto como uma bússola. Podemos navegar através da Resistência, deixando que nos guie ao chamamento ou propósito que temos de seguir primeiro que os outros. A regra de ouro: quanto mais importante for uma ação ou propósito para o desenvolvimento da nossa alma, mais Resistência vamos sentir ao persegui-lo.
O medo não vai desaparecer. A batalha tem de ser travada de novo todos os dias.
Ao lado da Resistência, o pensamento racional é o pior inimigo de um artista ou empresário.
Amizade e ignorância
O problema dos nossos amigos e família é o facto de nos conhecerem como somos. Eles investem em manter-nos da mesma forma. A última coisa que queremos é permanecer como somos.
Prepara-te para novas amizades.
Ignorância e arrogância são aliados indispensáveis do artista ou empresário.
Ignorante o suficiente para não fazer sequer ideia das dificuldades que a empresa lhe vai colocar – e confiante o suficiente para acreditar que vai conseguir ter sucesso na mesma. Como é que chegamos a este estado de espírito? Permanecendo estúpidos. Ao não nos permitirmos pensar em demasia. Uma criança não tem qualquer problema em acreditar no impossível, nem um génio, nem um maluco. Apenas tu e eu, com os nossos grandes cérebros e pequenos corações, é que hesitamos, duvidados e pensamos demasiado.
Agir
Não penses, age. Podemos sempre revisitar e rever o que fizemos depois de agir. Mas não alcançamos nada enquanto não agirmos.
Qual a melhor altura para começar? Começa antes de estares pronto. Não te prepares. Começa.
O inimigo é o nosso cérebro falador, que, se lhe damos um segundo sequer, vai começar a inventar desculpas, álibis, justificações transparentes, e mais um milhão de razões de porque é que não podemos, devemos ou vamos fazer aquilo que precisamos de fazer.
A coragem traz mais coragem.
A procura pode tornar-se Resistência.
A noção ocorre ao nível mais primitivo.
É melhor ser primitivo do que ser sofisticado, e melhor ser ignorante que ser inteligente.
É melhor ter escrito um péssimo balé do que não ter escrito nenhum de todo.
Começa pelo fim
Um truque que os guionistas usam: trabalha de trás para a frente. Começa pelo fim. Se estás a escrever um filme, resolve o clímax primeiro. Se estás a inaugurar um restaurante, começa pela experiência que queres que as pessoas tenham ao desfrutar de uma refeição.
Percebe onde queres ir; e trabalha a partir daí.
O fim primeiro, depois o início e depois o meio. Este é o teu método, o teu plano.
Pensamentos
Eu tinha trinta anos quando tive o meu primeiro pensamento real. Tudo até esse ponto era o que os Budistas chamam de discurso de “mente de macaco”, ou a regurgitação impulsiva do que os meus pais ou professores me disseram, ou o que quer que tinha visto nas notícias ou lido num livro, ou o que tinha ouvido num rap de alguém na esquina da rua. Neste livro, quando eu digo “Não penses”, o que quero dizer é: não prestes atenção à conversa fiada. Não prestes atenção a essas imagens ou noções sem nexo e desarticuladas que vão passado na “tela” da tua mente. Isso não são os teus pensamentos. São mexericos. São Resistência.
O objetivo destes é reconciliar-te com o pensamento de “é o que é”, fazer-te igual a todos os outros, para te tornar adestrado à ordem social e disciplina.
De onde advêm os teus verdadeiros pensamentos? De que forma lhes podemos aceder? De que fonte é que o nosso verdadeiro “eu” comunica? Tentar responder a isso é o que tu e eu vamos fazer para o resto das nossas vidas.
Lembra-te dos três mantras principais: mantém-te primitivo. Confia na sopa. Luta pelos “melhores lugares”. E o preceito final: prepara-te para a Resistência.
Criação e resistência
Quando tu e eu decidimos criar o que quer que seja – arte, comércio, ciência, amor – ou avançar em direção a uma versão superior e mais nobre de nós próprios, nós despoletamos uma reação semelhante do universo. Essa reação é Resistência.
Resistência é uma força ativa, inteligente, multiforme e maligna – não se cansa, não desiste e é inextinguível – cujo único objetivo é impedir de nos tornarmos a melhor versão de nós próprios e de atingirmos os nossos objetivos. O universo não é indiferente. É ativamente hostil. Todos os princípios expostos neste volume até agora são baseados nessa verdade. O objetivo de todas as ideias até agora é o de ultrapassar, manusear a Resistência. Nunca vamos conseguir eliminá-la, mas podemos ser mais espertos que ela, ou podemos usar aliados que são tão fortes quanto ela. Uma coisa que nunca nos podemos permitir é olhar para a Resistência de forma branda, subestimá-la ou desconsiderá-la.
Rascunhos
Uma longa metragem deve ter sete ou oito momentos principais. Isto é uma boa guia para a nossa própria “peça”, “álbum” ou “discurso do estado de união”. Um videojogo deve ter sete ou oito partes principais; assim como qualquer invenção de alta tecnologia, ou o avião-caça mais recente. A nossa nova casa deve ter sete ou oito divisões principais.
Quando os guionistas lançam um projeto, eles reduzem a apresentação para o seguinte: uma grande cena de abertura, duas cenas principais no meio e um grande clímax. Uma declaração concisa do tema. Por outras palavras, eles preenchem os espaços vazios. Os aspetos principais.
Uma regra para rascunhos terminados e prontos a ser utilizados: acaba-os o mais rápido possível. Não te preocupes com a qualidade. Age, não penses. Deixares-te levar é o mais importante. Chega ao fim como se o próprio diabo estivesse a respirar na tua nuca ou a espetar-te um garfo no rabo. Porque acredita, ele está mesmo.
Não penses
Não pares, não olhes para o chão. Não penses. Para com qualquer autocrítica.
Age, reflete. Age, reflete. NUNCA ajas e reflitas ao mesmo tempo. “Ação” significa pôr as palavras no papel. “Reflexão” significa refletir sobre o que escreveste no papel.
Esquece o pensamento racional. Brinca. Brinca como uma criança. E porque é que este método puramente instintivo e intuitivo resulta? Porque a nossa ideia (a nossa música, balé, o nosso restaurante mexicano) é mais inteligente que nós.
O nosso trabalho não é controlar a nossa ideia; o nosso trabalho é descobrir qual é a nossa ideia (e o que quer ser) – e depois fazer com que exista. A canção que estamos a compor já existe no que toca ao seu potencial. O nosso trabalho é encontrá-la.
Lê as crónicas do Bob Dylan. As coisas que ele tenta para encontrar uma música (ou arranjo, ou colega de produção) são para além de loucas. Instinto destemido, primitivo e infantil.
Quando nos surge uma ideia e pensamos, “Não, é demasiado louco”, … essa é a ideia que queremos.
Trabalho constante
Stephen King confessou trabalhar todos os dias.
Quanto tempo consegues dispor em cada dia? Nesse intervalo, fecha a porta – não tendo a desculpa de uma emergência de família ou o início da Terceira Guerra Mundial – e não deixes NINGUÉM entrar. Continua a trabalhar. Continua a trabalhar. Continua a trabalhar.
Pelo menos duas vezes por semana, eu tiro uma pausa da confusão do trabalho e faço uma reunião comigo mesmo. (Se integrasse uma equipa, tinha essa reunião com a equipa.) Questiono-me a mim mesmo, acerca do trabalho: “Do que é que este projeto se trata?” Continua a redefinir a tua compreensão acerca do tema; continua a resumi-lo ao essencial.
“O que significa este projeto?” “Qual é o tema?” “Estará tudo a servir o objetivo?”
Pergunta a ti mesmo, “O que está a faltar?” E de seguida preenche esse vazio.
Inimigo
Existe um inimigo. Uma força inteligente, ativa e maligna a trabalhar contra nós.
“Vai-te matar, vai-te matar como mata o cancro.” Este inimigo é inteligente, multiforme, implacável, inextinguível e completamente cruel e destrutivo. O seu objetivo não é obstruir, dificultar ou impedir. O seu objetivo é matar.
Esse inimigo está dentro de ti.
Todas as outras forças fora do campo, como a fama ou o ego (sem mencionar fãs lunáticos, a imprensa, patrocinadores e ex-mulheres), que trabalham contra as probabilidades de sucesso do jogador dentro do campo. Estas forças são “adversários periféricos”.
A Resistência não é um oponente periférico. Não nasce dos nossos rivais, chefes, esposas e maridos, crianças, terroristas ou adversários políticos. Provém de nós próprios.
O inimigo vem de dentro de ti, mas não és tu.
A Resistência nasce em segundo plano. O que vem primeiro é a ideia, a paixão, o trabalho de sonho que queremos tanto desenvolver e que nos assusta. A Resistência é a resposta do nosso ego; assustado, mesquinho, pequeno; em contrapartida ao impulso corajoso, generoso e magnífico do nosso “eu” criativo.
O oposto do medo é o amor – amor pelo desafio, pelo trabalho, a pura paixão de tentar alcançar o nosso sonho e ver se somos capazes.
Teste número um: “Quanto é que o queres?”
Não me importa –> interessa-me –> curioso, mas sem certeza –> apaixonado –> completamente empenhado. Se a tua resposta não é a que está por último, mete este livro no lixo.
As únicas coisas que podes manter são amor pelo trabalho, vontade de o terminar, e a paixão de servir a Musa criativa.
Um obstáculo ou impasse significa que estamos prestes a aprender alguma coisa, o que significa que estamos a melhorar, a adquirir a sabedoria do nosso ofício. Um obstáculo obriga-nos a descobrir o que funciona ou não – e a perceber a diferença.
Jogar pelo seguro não serve os propósitos do mundo. Não há nada de maravilhoso em ser tão pequeno que as outras pessoas não se sentem inseguras à tua volta. Estamos aqui para brilhar, tal como fazem todas as crianças.
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