Nobody Wants to Read Your Shit, de Steven Pressfield

Título em inglês: Nobody Wants to Read Your Shit: Why That Is And What you Can Do About It
Título em português: (não encontrado)
Nome do Autor: Steven Pressfield
A minha pontuação: 4/5
Data de publicação: 2016

Tempo de leitura: 6 minutos

Ninguém quer ler a tua merda, por isso qual é a solução?
Simplifica a tua mensagem, reduz até ficar na sua forma mais simples e clara.
Faz com que a sua expressão seja engraçada ou sexy ou interessante ou o que for preciso para os fazer querer ler.

Aplica isso a todas as formas de escrita ou comércio.

Ler e escrever é uma transação, o leitor doa o seu tempo e como o escritor, deves dar-lhes valor durante o tempo que eles estão a doar. Eles não se devem sentir como se tivessem gasto o seu tempo em ti.

A cada frase, pergunta-te a ti mesmo: “Isto é interessante? É engraçado ou desafiante ou inovador? Estou a dar suficiente ao leitor? Será que ela está aborrecida? Será que ela está a ir para onde eu a quero levar?”

Conceitos

Um bom conceito faz a audiência ver o teu produto de um ponto de vista favorável e bastante específico e pela sua lógica (ou falsa lógica) torna todos os outros pontos de vista e produtos concorrentes impotentes e questionáveis.

Quando tu como escritor transferes e aplicas este modo de pensar noutras áreas, tais como escrever novelas ou filmes ou não ficção, a primeira pergunta que fazes a ti próprio no começo de qualquer projeto é, “Qual é o conceito?”

Clientes

“Ao ver isto, eu jurei que se alguma vez me encontrasse em posição de ser um cliente — mesmo se fosse algo mundano como contratar um designer para remodelar a minha cozinha — eu iria calar-me e deixar o profissional fazer o seu trabalho. Tenho mantido essa promessa, e nunca falhou.”

Define o Problema

“Chamar à 7Up “a Uncola” colocou a bebida não como um segundo melhor qualificado contra a Coca-Cola ou Pepsi, mas como uma alternativa do mesmo estatuto. Tão boa como a Coca-Cola, mas diferente. Defina o problema e está a meio caminho da solução.”

Definir o Problema na Ficção

“Não pergunte, “Qual é a solução?” Pergunte, “Qual é o problema?” O problema na ficção, do ponto de vista do escritor derrotado, é quase sempre, “Do que é que se trata esta porra?” Noutras palavras, qual é o tema?”

A Curva

“Um escritor a sério (ou artista ou empreendedor) tem algo a dar. Viveu o tempo suficiente e sofreu o suficiente e pensou profundamente sobre a sua experiência para a conseguir processar em algo que tem valor para os outros, mesmo que seja só como entretenimento.”

Estrutura de Três Atos

Não és melhor que ela, não a lutes.

“Você, o escritor, tem que os manter sentados nos seus lugares durante esse período de tempo. Como é que faz isso? Ao deixá-los interessados (Ato Um), criar a tensão e complicações (Ato Dois) e recompensar a espera (Ato Três).”

Estrutura de Três Atos + Jornada do Herói = História.

Clímax

“Como sabe quando tem um bom Incidente Instigante? Quando o clímax do filme está incluído nele. Apollo Creed escolhe Rocky Balboa do livro dos lutadores e diz, “Vou dar a este cromo uma chance de ganhar o título.” É esse o Incidente Instigante do Rocky I. Assim que o ouvimos, sabemos que o clímax do filme será a luta do Apollo e do Rocky pelo título de campeão de pesos pesados do mundo.”

Se o teu Clímax não está incluído no teu Incidente Instigante, não tens um Incidente Instigante.

Começa pelo fim, começa com o clímax e depois trabalha começando por trás até ao princípio.

A Parada

Quão alta deve ser a parada na tua história? O mais alto possível. Parada alta = grande envolvimento emocional por parte da audiência.

Coloca os teus personagens em risco o mais rápido possível e continua a aumentar o perigo em que se encontram durante a história.

Ambiente

“Uma pergunta eterna: Devo mudar-me para Los Angeles se quiser escrever filmes ou para a TV? Tenho que fazer as malas para Nova York se quiser trabalhar na moda? O meu sonho é participar em filmes para adultos; tenho que me mudar para San Fernando Valley? Tens. É assim que aprendes.”

Não Ficção

“Escreva o seu livro de não ficção como se fosse uma história. Não quero dizer que deva inventar coisas. Isso nunca se faz. Quero dizer que lhe deve dar um Ato Um, um Ato Dois e um Ato Três. Faça com que seja coerente à volta de um tema. Dê-lhe um herói, e faça esse herói representar o tema. Dê-lhe um vilão, e faça esse vilão representar o contratema.”

A Escrita

“Um livro irá levar-lhe dois anos a escrever. Ou três ou quatro ou cinco. Consegue fazer isso? Consegue sustentar-se financeiramente? Emocionalmente? A sua mulher e filhos conseguem aguentar isso? Consegue manter-se motivado durante todo esse tempo? O acreditar em si próprio? A sua sanidade? Se necessário, consegue riscar os seus primeiros dezoito meses de trabalho e começar de novo?”

Consegues fazer um primeiro rascunho em três meses? Demasiado assustador? Que tal um esboço simples em três semanas? Ainda demasiado assustador? Se calhar algo mesmo básico em sete dias? Lembra-te, o inimigo numa iniciativa de persistência não é o tempo. O inimigo é a Resistência.

Pensar em vários rascunhos é um corolário de pensar em blocos de tempo. Se sabemos que vamos fazer quinze rascunhos antes de acabarmos, não entramos em pânico quando o Rascunho #6 é uma confusão.

Princípios universais de contar uma história:

Toda a história deve ter um conceito. Deve aplicar uma perspetiva nova e original ou uma reviravolta no material.
Toda a história deve ser sobre algo. Tem de ter um tema.
Toda a história tem que ter um princípio, meio e fim. Ato Um, Ato Dois, Ato Três.
Toda a história tem que ter um herói.
Toda a história tem que ter um vilão.
Toda a história tem que começar com um Incidente Instigante, que tem o clímax da história incluído.
Toda a história tem que progredir durante o Ato Dois em termos de energia, parada, complicação e significado conforme progride.
Toda a história tem que levar a um clímax centrado à volta de um combate entre o herói e o vilão que recompensa tudo o que veio antes e que recompensa dentro do tema.

Quais são os elementos estruturais universais de todas as histórias? Captar a atenção. Desenvolver. Recompensar. Esta é a forma que todas as histórias têm de tomar. Um início que capta a atenção do espectador. Um meio que desenvolve a tensão, suspense, a parada e o entusiasmo. E um fim que fecha tudo com um bang.

Qual é, perguntamo-nos nós, o clímax da história da avó Júlia? Em qual cena ou sequência se desenvolve a saga inteira? (Lembra-te, não tem que ser a cronologia mais recente.)

Se o que capta as pessoas no The War of Art é, “Aqui está o problema”… se o que desenvolve a ação é “Aqui está a solução”… e a recompensa é “Senhora Escritora, o seu papel nesta luta épica e eterna é nobre, valente e necessário. Siga o chamamento do seu coração. Levante-se e siga em frente.”

Qual ideia, de entre todas aquelas que nadam no teu cérebro, te interessa seguir da mesma maneira que Ahab seguiu a Moby Dick?

Podes subscrever a minha newsfeed aqui.

Também poderás gostar de ler: The $100 Startup, de Chris Guillebeau