Este é um assunto pelo qual me tenho ultimamente debruçado…
Dizem-nos para não julgarmos se não queremos ser julgados.
No entanto, somos julgados, pelos nossos clientes que escolhem entre nós e um concorrente, pelos nossos colaboradores que escolhem entre aliar as suas carreiras ao nosso destino, e pelos nossos pares, aliados e antagonistas passivo-agressivos nas redes sociais. Somos instruídos a respeitar os outros, especialmente as outras culturas. E é verdade que novas perspetivas enriquecem o nosso olhar, e que geralmente somos infetados com um preconceito contra o não-familiar, especialmente quando convém aos nossos egos negar que uma ideia nova é superior à nossa (acontece mais vezes do que pensamos. Por favor não sejamos sabotadores… 😃 ).
Mas batalhar contra o nosso desprezo emocional perante o que é estranho não implica automaticamente ter respeito por todas as outras culturas e ideias. “Respeitar” a mutilação feminina porque “é pecado julgar” é inaceitável.
O julgamento é essencial. Os julgamentos demarcam o importante do acidental, uma componente necessária ao foco. O julgamento declara uma ideia vitoriosa entre alternativas, não como uma verdade universal e determinante, mas para impedir as hesitações e, assim, permitir o progresso.
Em vez de evitarmos o julgamento como um pecado, devíamos investir nele como numa competência. Em vez de condenarmos o acto de julgar para evitar julgamentos incorretos, devíamos celebrar as competências inerentes aos grandes julgamentos, como evitar o preconceito, clarificar o essencial, combinar dados com visão, ser lógicos com os nossos princípios, e estabelecer prioridades entre opções aparentemente incomparáveis.
Como tal, se evitarmos o julgamento, evitamos criar grandes coisas.